AGRICULTURA ORGÂNICA É MAIS VANTAJOSA - CONFIRMADO !

Um pouco por todo o mundo e na Europa também, os governos, mas sobretudo os institutos agrónomos e associações de produtores, põem em causa a agricultura convencional (monocultura com utilização de pesticidas). Os estudos multiplicam-se, as palestras e conferências acontecem com carácter de urgência um pouco em toda a Europa, com a participação de cientistas e agricultores, e por vezes com o apoio do Ministério da Agricultura, mesmo contra a vontade das grandes empresas de produtos fitofarmaceuticos. (Embora estas já tenham compreendido que vão perder a batalha e também estão a reconverter a sua produção para responder à agricultura biológica, criando produtos para a mesma).

Estudos realizados pelo IRNASA - Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Salamanca, na estação experimental de Muñovela confirmam que a agricultura orgânica envolve custos de produção muito inferiores à agricultura convencional. 

Em França, o INRA - Institut National de la Recherche Agronomic, que vem há alguns anos a estudar a quinta «Ferme du Bec Hellouin» naquele território, também confirma os dados. Afirmam que 1 hectare em produção orgânica (policultura e sem pesticidas) pode obter tanto ou mais quantidade de produtos que 1 hectare em agricultura convencional, mas com uma qualidade incomparavelmente superior, deixando um solo rico e vivo que melhora a cada cultura, em oposição ao que acontece na agricultura convencional, baseada na monocultura, na utilização de pesticidas, e no trabalho profundo do solo com maquinaria pesada, que vai matando o solo e empobrecendo-o de ano para ano e prejudicando gravemente a saúde dos agricultores e dos consumidores desses produtos, bem como do ambiente envolvente, de que o desaparecimento dos polinizadores é apenas a ponta do iceberg.

Outros estudos colocam em evidência a melhoria da qualidade de vida e valores sociais entre comunidades que aderem à agricultura orgânica (biológica). Há uma vontade maior de partilhar conhecimentos e produtos, originados por uma maior consciencialização de que devemos preservar o Planeta e transmitir um ambiente saudável às gerações futuras, num desenvolvimento global sustentável.

Isto é de tal forma real e sentido pela população que a questão se alargou e hoje a permacultura, vista como uma forma de vida sustentável que envolve todos os aspectos da vida, ganhou muitos adeptos por todo o mundo.

A diferença é que agora os cientistas, as universidades, os institutos confirmam os dados com estudos científicos. Finalmente! Para aqueles que só acreditam depois de verem estudos científicos... Agora já se fazem conferências sobre Sistemas Alimentares Sustentáveis, um nome pomposo para dizer a toda gente: «Voltem para a agricultura orgânica, por favor!». 

Mas em Portugal a tendência parece ser uma agricultura orgânica sim, mas ainda na base da monocultura, ainda não se compreendeu a vantagem da associação de culturas, e da policultura, enfim, da biodiversidade. Às vezes é um pouco assustador... Pois quando pensamos nos prejuízos que podem advir de uma monocultura. Enfim, parece que entre nós o caminho vai ser mais lento...

Mas há muitos casos de sucesso em muitas quintas e herdades espalhadas um pouco por todo o país, que servem para nos alimentar a esperança. A pouco e pouco estes casos de sucesso vão sendo falados, e começam a haver documentários sobre eles.



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1 comentário:

  1. Caríssimo Jardim Minhoto,
    saudações daqui de Forjães, também minhoto. Completamente de acordo... e aqui assim o experimentamos há quase 14 anos. Este ano já incluímos um conjunto de árvores de floresta (espécies diversas) para contribuir, um pouco mais, para a renovação do sistema Terra. Todavia, convém assinalar que a maioria das quintas e herdades deste país ainda se circunscrevem à monocultura e sua excessiva densidade; na verdade, o que lhe interessa é a retirada, rápida e garantida, de dividendos financeiros e não a preservação da Vida, incluindo a dos consumidores, que somos todos nós. De facto, não é só o que directamente se consome, mas há que ter em conta um conjunto largo de produtos agrícolas que tomam parte integrante em compostos e derivados que se consomem, e em grande escala.
    Parabéns para vosso trabalho. A nós tem sido utilíssimo.

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