PODA DA OLIVEIRA

 OLIVEIRA (Olea europaea L)

Árvore milenar, originária da Ásia Menor, de folha persistente, cultivada na região mediterrânica, países do sul da Europa e países do Magrebe, onde o clima lhe é propicio. Precisa do calor do Verão e do frio do Inverno. 

Desde a antiguidade, apreciada pelo seu fruto, as azeitonas, para consumir depois de curtidas e também de onde se retira o óleo vulgarmente conhecido por azeite. Mas também pela sua madeira robusta e dura que permite a fabricação de utensílios de cozinha; a sua lenha para aquecer as casas no Inverno e as suas folhas também são aproveitadas em medicina tradicional. Pois ajudam a reduzir a hipertensão arterial, devido aos antioxidantes permite lutar contra os radicais livres, o que ajuda a combater a diabetes, é um antibiótico, antifúngico e anti bacteriano. O azeite, ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, promove o crescimento ósseo, cura úlceras e previne a senilidade. Portugal é auto-suficiente em azeite e azeitona, bem como em madeira de oliveira. Existem zonas reconhecidas de produção de azeite, bem famosas.

Planta-se no Outono ou no inicio da Primavera. 5m de distância entre árvores e 6m de distância entre linhas. Começa a produzir a partir do 7º ano se não for enxertado e a partir do 3º-4º ano se for enxertado.

Necessita de uma exposição soalheira, idealmente ao abrigo do vento. Precisa de um solo bem drenado e calcário e o melhor tipo de rega é gota-a-gota (gasta menos água e não molha a rama), enquanto o olival é jovem. Depois adapta-se e não necessita de rega. Floresce na Primavera e a colheita faz-se no Outono. 

PODA

Embora a poda da oliveira não seja necessária para obter uma planta saudável e produtiva, ela é aconselhável, para controlar o seu crescimento e a sua amplitude; evitar a alternância produtiva; permitir obter uma copa bem arejada que permite a circulação de ar e a penetração da luz solar que é muito importante para uma boa frutificação e para evitar humidade e o consequente aparecimento de doenças ou pragas; permitir o desenvolvimento de ramos novos, pois ao podar os mais antigos uma profusão de novos ramos surgirão e também por uma questão de estética, pois, com os anos os ramos da oliveira têm tendência a arquear para o solo. Utilize tesouras de poda sempre bem afiadas e desinfectadas (com álcool ou com 1 parte de lixivia para 2 partes de água).

A poda faz-se do Outono (após a colheita), ao fim do Inverno, fora da época de geadas, durante o período de dormência vegetativa, portanto, antes da floração. Produz na madeira do ano anterior, por isso não interessa guardar ramos velhos. Quanto mais intensa for a poda, maior vai ser a resposta de novas rebentações da oliveira. Por isso é melhor uma poda ligeira frequente do que uma poda drástica de anos em anos, optando por guardar os ramos com melhor exposição solar.

Dá-se-lhe normalmente, uma forma em taça, com 3-4 ramos estruturais. Na poda, suprimem-se as varas que nascem junto ao pé, são ramos ladrões que roubam energia à planta e os raminhos que nascem ao longo do tronco até ao 1º ramo estrutural. Eliminam-se os ramos que tombam na direcção do solo cortando antes do arco; madeira seca ou doente e ramos que se cruzem ou que sejam paralelos (escolhe-se o que tiver melhor posicionado). Areja-se o coração da planta eliminando ramos que crescem para o centro da árvore, para reduzir as hipóteses de doença e permitir a entrada de luz solar. Eliminam-se ramos verticais, pois as azeitonas crescem em ramos laterais. Reduz-se de 1/3 os ramos mais vigorosos, para permitir a rebentação de novos ramos que darão fruto no ano seguinte. Cortam-se ramos velhos não produtivos para dar origem a novas rebentações em cujos ramos aparecerá a fruta (no ano seguinte). Na poda procura-se sempre promover o aparecimento de ramos novos, uma vez que é nesses ramos que surgirão os frutos no ano seguinte. Não se deixa a árvore ficar muito alta para ser mais acessível para tratamentos e colheita dos frutos. Nas oliveiras jovens deixe um ramo frutífero a cada 15 cm. 

Poda da oliveira

No caso de uma poda de restauro esta será muito mais severa (o que a oliveira suporta muito bem). Corta-se o mais perto possível do tronco ou da estrutura principal para que ela ramifique bastante para criar ramos novos produtivos.

No final da poda desinfectam-se os cortes maiores pincelando com calda bordalesa e pulveriza-se a planta com a mesma calda, para evitar o aparecimento de doenças.

Não desperdice os restos da poda. Retire as folhas dos ramos e seque-as para fazer infusões terapêuticas e guarde os ramos para fazer lenha para a sua lareira.

Leia também: A página PORQUÊ PODAR, O QUE PODAR, QUANDO PODAR
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