Estudos recentes, realizados por cientistas, demonstram o declínio acelerado de todas as espécies de insectos a partir dos anos 1990. O colapso das abelhas é só a parte visível do icebergue.
A utilização de agro-químicos na agricultura, não provoca só a morte dos solos. É também responsável pelo desaparecimento de insectos, de pássaros e não só.
Abelhões, melgas, borboletas, joaninhas, etc., tudo está a reduzir a um ritmo nunca antes observado. O Grupo de Trabalho sobre os Pesticidas Sistémicos (que reúne mais de 50 cientistas de 15 países), diz que a utilização dos agro-químicos, longe de beneficiar a produção alimentar, coloca em risco os polinizadores que a tornam possível.
Cientistas dizem que cerca de 35% da agricultura mundial depende destes seres. Há uma diminuição entre 60 e 75% dos insectos voadores. Portanto, isso afecta a quantidade e qualidade de alimentos à mesa da humanidade, pois afecta a polinização, o controlo de pragas e a cadeia alimentar. Há localidades na China em que a polinização das frutíferas já é feita à mão por falta de polinizadores. Na Europa, já se utiliza a polinização manual em certas culturas, nomeadamente abóbora e tomate. Os cientistas dizem que é um «Armagedon ecológico». O Jornal francês "Le Monde", no dia 20 de Março de 2018, alertava para a catástrofe ecológica. O Jornal Expresso de 10 de Janeiro de 2021, afirma que «estamos perante a 6ª extinção em massa por acção do Homem, com consequências que podem ser dramáticas para a vida na Terra». Citando um professor de Biologia Californiano, David Wake, que diz que «muita espécies estarão extintas dentro de algumas décadas.» Na mesma reportagem o Professor português Luis Madeira (da Faculdade de Medicina Veterinária) confirma a tendência constatando que «Neste momento, os anfíbios -rãs, sapos, tritões, salamandras - estão a sofrer uma forte pressão.»
Numa publicação do dia 11 de Fevereiro de 2019 o site https://hypescience.com afirma que a revista Biological Conservation, publicou a primeira análise científica global sobre insectos e a conclusão é que a população de insectos está a reduzir 2,5% por ano estando a caminho da extinção a nível mundial e que segundo o artigo publicado naquela revista, isso causaria um «colapso catastrófico dos ecossistemas da natureza».
Mais uma vez o estudo afirma que a agricultura intensiva em escala industrial é a principal causa do declínio da população de insectos pelo uso intensivo de pesticidas. Sendo que a urbanização sempre crescente das cidades vem «comendo» áreas rurais e as próprias alterações climáticas também têm a sua quota parte de culpa.
Mais uma vez se torna evidente que o planeta deve mudar a forma como produz alimentos e a nossa alimentação deve mudar, comendo menos carne, produzindo menos carne e consumir mais legumes, frutas e vegetais, produzidos de forma biológica.
Se nada for feito, podemos antever que a fome a nível mundial pode ser uma realidade bem mais cedo do que se pensa e bem mais depressa do que a criação de soluções e alternativas. Humanos não podem sobreviver sem eles.
É cada vez mais óbvio que tudo está interligado e que a ecologia planetária está em colapso. O esforço para deter este caminho tem que ser intenso, rápido e global.
Que cada um de nós comece por si mesmo. Não utilizemos adubos e fertilizantes químicos nas nossas parcelas; poupemos a água; reutilizemos água e bens de consumo; não utilizemos mais plásticos. Façamos a nossa própria compostagem com os desperdícios domésticos, utilizemos energias alternativas... É uma gota de água, sim, mas assim se constituem oceanos, com milhões de gotas de água!
Leia também: NOVAS TÉCNICAS AGRÍCOLAS E A PERMACULTURA
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parabéns e obrigada pelas informações!
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário. Bem haja!
EliminarMUITO OBRIGADO PELOS VOSSOS CONCELHOS, SÃO MUITO INSTRUTIVOS, E MUITO ESCLARECEDORES.
EliminarObrigada pelo seu comentário e apreciação. Tentamos sempre fazer o nosso melhor.
EliminarBom artigo. Acabo de conhecer o vosso blogue e estou impressionado. Parece que faz a ponte entre os saberes antigos e o maior respeito pela natureza e pelas lógicas naturais que vieram com a permacultura. É isto que faz falta na nossa sociedade: diálogo entre todos os membros da sociedade, partilha de conhecimentos simultaneamente produtivos e respeituosos, sem apontar dedos, nem tudo teoria nem tudo prática desregrada. Parabéns. Tudo de bom para vocês.
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário. É um prazer saber que o nosso trabalho é útil e reconhecido. Tudo é uma questão de bom-senso e respeito pela Natureza e de uns pelos outros. Bem haja!
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