Não confundir com a árvore Amoreira (Morus da família das moraceae) originária de regiões temperadas e subtropicais da Ásia que é uma árvore que pode atingir 6 metros de altura e foi introduzida na Europa quando o Imperador Romano Justino promoveu a cultura dos bichos-da-seda que se alimentam das folhas desta árvore (só foi introduzida em Portugal no séc. XVI). Não é desta que falamos, embora os frutos desta também sejam comestíveis. Falamos sim do arbusto Rubus fruticosus - Amora silvestre a quem algumas pessoas chamam Silvas (Rubus ulmifolius schott).
A Amora-silvestre é originária da Europa. Arbusto frutífero, espinhoso, trepadeira, de folha caduca, da família das Rosaceae, cujas hastes podem crescer até 3-4 m de comprimento (quanto mais comprido, menos produzirá pois o excessivo crescimento será em detrimento dos frutos). De crescimento rápido, acomoda-se a qualquer solo, mas prefere um solo rico em matéria orgânica e húmido mas bem drenado. Flores brancas ou rosadas, florescem de Maio a Agosto, o fruto surge primeiramente, verde, depois passa a vermelho e depois preto, só quando amadurecem entre Julho e Outubro, consoante as regiões e o clima local. Cuidado pois pode tornar-se invasora, por isso não se pode descurar a sua manutenção. Muito rústica, suporta temperaturas até -25º e dá-se até 1600 m de altitude.
Planta-se do Outono até à Primavera com um compasso (distância entre cada planta) de 1 metro. 5 pés de amoras serão suficientes para uma colheita abundante para toda a família. Precisa de ser tutorada. Pode ser um sistema de tutoramento em espaldeira ou em T, com pelo menos 2,5 m de altura e 40 cm entre fios. (ver página da FORMA DAS FRUTÍFERAS). Como a estrutura precisa de ser resistente, pode ser uma estrutura em ferro, e os fios entre os postes podem ser finos cabos de ferro, da espessura dos buracos dos postes de tutoramento. Os postes de ferro podem ser espaçados de 1-2 m. À medida que os ramos vão crescendo vão-se atando aos tutores (o que também ajuda a evitar a mergulhia espontânea. É aliás desta forma e por esta razão que se tornam invasoras.). Frutifica nos ramos secundários das hastes estruturais do ano anterior. Aduba-se na Primavera com composto bem curtido e no Outono espalha-se junto ao pé uma camada de composto.
Há mais do que uma variedade na natureza. Umas são redondas e não muito grandes e doces q.b; depois há outras maiores, brilhantes e muito doces; e mais raramente, há uma variedade que é ligeiramente sobre o comprido. Nos viveiristas e centros de jardinagem existem hoje muitas cultivares híbridas, também designadas como amoras, que foram criadas a partir da amora silvestre cruzada com framboesa, alguns cultivares quase não têm picos.
Multiplicação: Quando os ramos contactam com o solo, desenvolvem raízes que vão dar origem a um novo pé (este processo é conhecido por Mergulhia). Mas também se reproduz por estaca e divisão de tufos.
Multiplicação: Quando os ramos contactam com o solo, desenvolvem raízes que vão dar origem a um novo pé (este processo é conhecido por Mergulhia). Mas também se reproduz por estaca e divisão de tufos.
Utilização medicinal: As folhas da amora-silvestre têm propriedades anti-bacterianas. Depois de secas faz-se uma infusão que é boa para tratar diarreias de todas as origens; gripe e sinusite; desinfectar a boca; combate o acne pois regula a produção de gordura na pele; ajuda a regular menstruações muito abundantes. As folhas colhem-se sobretudo na Primavera.
Os frutos - as amoras - consomem-se crus; em bolos e tartes; compotas e geleias; em xaropes e licores; em gelados;
PODA - Poda de Inverno, anual para que a planta não se torne invasora (até fim Fevereiro).
- Poda de Inverno
Eliminam-se as hastes que já deram fruto, já não produzirão mais, agora são ramos mortos ou que estão a secar. São fáceis de distinguir pois têm uma cor mais acinzentada e por vezes partem com facilidade. Cortam-se pela base, rente ao solo. Serão substituídas por novos lançamentos do ano anterior que se preservam -no máximo 6-8 por planta- porque vão frutificar na próxima época (nos seus ramos secundários) e reduz-se 1/3 do seu comprimento (ficam 2/3), se por acaso tiverem perto de 4m reduzem-se pela metade (1/2) do seu comprimento. Os raminhos frutíferos novos podam-se a 3 olhos, na diagonal (45º) no sentido oposto do olho para que a água da chuva possa escorrer para o chão e não para o olho, que provocaria a podridão. Amarre as hastes à estrutura de tutoramento, sem apertar muito pois elas vão engrossar. O melhor é tutorar estas hastes em leque. Desta forma beneficiam de melhor luminosidade e arejamento.
- Poda Verde
Não necessita
- Poda Verde
Não necessita
QUADRO DA PODA
PODA DE INVERNO (No final do Inverno)
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PODA VERDE
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- Eliminam-se as hastes que já deram fruto e estão secas (acinzentadas), cortando-as pela base;
- Preservam-se 6-8 hastes do ano anterior e alguns lançamentos novos.
- Reduz-se de 1/3 as hastes que se guardam;
- Raminhos frutíferos podam-se a 3 olhos;
- Ata-se a planta à estrutura de tutoramento sem apertar;
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Não se pratica
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Leia também: A PÁGINA DAS NOVAS TÉCNICAS AGRÍCOLAS E A PERMACULTURA
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Boa tarde gostei mto de ler o artigo da poda da Amoreira eu tenho e se nao se podar depressa vira uma selva!Tem bons conselhos mto fáceis de compreender!Gostei mto vou continuar a consultar para outras árvores Mto obrigada!
ResponderEliminarBoa tarde gostei mto de ler o artigo da poda da Amoreira eu tenho e se nao se podar depressa vira uma selva!Tem bons conselhos mto fáceis de compreender!Gostei mto vou continuar a consultar para outras árvores Mto obrigada!
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário e apreciação. Bem haja!
EliminarOlá e obrigado por tirar minha dúvida quanto à poda da amora. Bem haja. Abraço
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarExcelente conteúdo, tenho aprendido muito. Parabéns!
ResponderEliminarCada haste de amora fica viva por quanto tempo? É por apenas 1 ano (uma frutificação) ou vivem mais tempo (com mais frutificações)?
Aguardo seu retorno. Obrigada!
Olá, obrigada pelo seu comentário e apreciação. 1-2 anos. Por isso convém renovar sempre as hastes e podá-las.
ResponderEliminarObrigada pelo retorno.
ResponderEliminarEntão, caso a haste principal não seque no primeiro ano, no inverno devo podar os ramos secundários e terciários também? Se sim, quanto devo reduzi-los? Agradeço desde já pela resposta. Um grande abraço!
Obrigada pelo seu comentário. Eliminam-se as hastes acinzentadas pela base. Preservam-se 6-8 hastes do ano anterior que se podam a 1/3 (ficam 2/3). Os ramos que saem destas (secundários) podam-se a 3 olhos. Tudo isto é feito quando a planta perdeu todas as folhas, que é o período de dormência da planta. Boa sorte!
EliminarBoa informação. Bem hajam.
ResponderEliminarA minha silva (amoreira) tem apenas alguns meses. Está a desenvolver-se bem, ainda não frutificou. Nestas condições creio que ainda não precisa de poda. Vou esperar até ao próximo Inverno. Esperando que ela frutifique ainda durante o Verão do ano que vem.
ResponderEliminarObrigado pela informação.