PODA DA AVELEIRA

AVELEIRA (Corylus avellana)

Grande arbusto da família Betulaceae que cresce naturalmente em quase toda Europa, Ásia menor e América do Norte. Cultivada desde há muito pelo seu fruto, a avelã, mas também pela crença antiga de que tinha poderes sagrados. Para os povos nórdicos e germânicos tinha o dom da fertilidade e usavam-na nos rituais de casamento. Para os Celtas a «fonte da sabedoria» estava rodeada por nove aveleiras. Para os cristãos da Idade Média tinha um simbolismo místico e representava a paciência. Os seus ramos também foram usados em tempos idos para fazer bastões de caminhada pois acreditava-se que ajudava a proteger quem os usava contra assaltantes e orientava o caminheiro nas encruzilhadas. Para os Gregos era a árvore da reconciliação.

Planta de folha caduca, planta-se entre Novembro e Março em locais com espaço para crescer livremente, solo rico em matéria orgânica e bem drenado. Conduzida normalmente em forma de arbusto. Prefere locais frescos e meia-sombra, já que no seu habitat natural se encontra nos vales e encostas sombrias e húmidas. Indiferente ao pH do solo. Dá-se até aos 1400 m de altitude e no Inverno durante o período de dormência suporta temperaturas de -8ºC. Pode viver 80 anos e diz-se que se for sempre podada pode viver 600 anos...

A condução da aveleira em árvore é possível mas terá muito menos produção. Faz um efeito muito bonito no jardim no Outono, pois as folhas antes de caírem ficam avermelhadas, dando cor ao jardim. O seu fruto, a avelã, tem 1,5 - 2 cm de diâmetro.

Floresce na Primavera sendo que as flores aparecem primeiro do que as folhas. Tem flores dos dois sexos. As flores masculinas estão em inflorescências cilíndricas pendentes de 3-9 cm e amareladas, as flores femininas estão agrupadas nas extremidades dos galhos e mal se vêm.

Flor feminina e flor masculina pendente

A avelã é usada como fruto cru para retirar o seu óleo usado na industria cosmética (pele e cabelo); fruto seco; licores; xaropes; usada ralada em diversas especialidades gastronómicas. Em tempos de guerra, quando havia penúria de alimentos e falta de farinha, usou-se a avelã para fazer farinha (tal como se usou a castanha e a bolota). A madeira da aveleira é um bom combustível e serve para fazer carvão vegetal; os ramos mais grossos servem para fabricar utensílios de cozinha; a flexibilidade dos ramos mais finos permite a sua utilização em cestaria e para fazer cercas vegetais entrelaçadas. A planta tem ainda aplicações medicinais. Com as folhas fazem-se infusões com propriedades anti-piréticas e depurativas, e usada externamente em compressas como cicatrizante.

PODA: Outono-Inverno fora dos períodos de geada.

Inverno

A aveleira precisa de podas para manter a produção. Ao fim de alguns anos de produção o rendimento dos ramos baixa, por esta razão é necessário ir sempre podando os ramos velhos para provocar a brotação de hastes novas que darão fruto ao fim de 3-4 anos.

Os seus galhos são pouco ramificados. Na poda eliminam-se os ramos que vão para o interior da planta, para abrir o centro para entrar luz e arejar; elimina-se madeira seca; ramos que se cruzam que podem provocar feridas nos ramos; suprimem-se pela base hastes velhas com mais de 5-7 anos, reconhecem-se pela cor acinzentada e porque começam a tombar, as hastes jovens têm um porte erecto e são mais ramificados. As hastes novas vão surgir do cepo e produzirão avelãs ao fim de 3-4 anos; as avelãs desenvolvem-se em ramos exteriores nunca interiores. No final da poda não devem ficar mais de 12 hastes bem distribuídas. Os ramos que ficam podam-se pela metade para limitar a altura da planta. Após a poda nenhum ramo se deve tocar ou cruzar.

Se a aveleira teve uns anos sem poda, não elimine de uma só vez todas as hastes mais antigas, senão a planta vai estar só a produzir novas hastes e não produz avelãs. Elimine algumas agora, nunca mais do que 5 e no ano seguinte o resto. Os ramos que tenham amentilhos (forma de inflorescência caracterizada pelo agrupamento de flores, flores macho neste caso) conservam-se.

QUADRO DA PODA

PODA DE INVERNO	PODA VERDE
Eliminar ramos que vão para o interior da planta; ramos secos; ramos com mais de 7 anos; ramos que se cruzam. As hastes que ficam (cerca de 12) podam-se pela metade para limitar a altura da planta e forçar a sua ramificação. Nos ramos com amentilhos e flores femininas não se toca.	Desponta-se a ponta dos ramos de 2-6 anos para os obrigar a ramificar.

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