PODA DO PILRITEIRO

PILRITEIRO (Crataegus monogyna jacq.)

O Pilriteiro é uma árvore ou arbusto de folha caduca de 4-10 metros de altura, originário da Europa, encontrando-se ainda no Norte de África e Ásia. A copa tem uma forma arredondada e o tronco é liso mas os ramos têm espinhos aguçados, talvez por isso conhecido também como espinheiro branco. Suporta sombra e geada. Pode viver 500 anos. Procurada para formar sebes e maciços.

Em Portugal podemos encontrá-lo em todo o país. Conhecido desde a Antiguidade talvez mesmo desde a pré-história. Na Grécia Antiga era consagrado ao Deus Apolo; a  árvore simbolizava a esperança no amor e a felicidade conjugal. Em Atenas, as donzelas levavam ramos de pilriteiro, nas núpcias de suas amigas e o altar do hymineu (Deus grego do casamento), era iluminado por tochas feitas com madeira de pilriteiro. Consta que o cabo da lança de Rómulo era feito de madeira desta planta. Esteve sempre associado à esperança. Diz a lenda que a coroa de espinhos de Jesus era feita de ramos de pilriteiro. Pelo que em algumas regiões do país manda a tradição se coloquem ramos desta planta do lado de fora das portas para protecção em dias de tempestade e trovoada para defender as casas e seus moradores, pois diz-se que tudo aquilo que tocou Cristo nos protege. Também a cultura Celta lhe reconhecia um valor sagrado, juntamente com o Carvalho e o Freixo. Vem daí a ideia de se pedir autorização à planta antes de lhe cortar um ramo. 

Dá um fruto chamado pilrito, que é farinhento e comestível. Muito apreciado pelos pássaros, sobretudo numa altura do ano em que a comida deles diminui. Os pilritos têm uma cor vermelho escuro brilhante. Usado há muito em medicina natural pois é bom para tratamento de doenças cardíacas e dos sistema circulatório. Mas também como antioxidante, anti-espasmódico, diurético, sedativo, tónico vasodilatador. A casca tem propriedades anti-maláricas. Também é útil para tratar problemas da menopausa e laringites. Na Europa, na Idade Média era usada para tratar cálculos renais e na vesícula. Na Europa hoje há mais de 200 preparações medicinais à base desta planta. Mas ela é totalmente desaconselhada para crianças pequenas.

Pilritos (fruto do Pilriteiro)

Floresce de Abril a Maio e o fruto colhe-se de Setembro a Novembro. Devido à grande profusão de flores melíferas que o torna muito ornamental há quem o tenha apenas como árvore ou arbusto decorativo. Flores geralmente brancas, hermafroditas, agrupadas 10-20, em corimbos. Além da aplicação farmacológica, o fruto pode ser comido cru, mas é usado sobretudo cozido, depois de retirar o caroço. É bom para geleias, doces e compotas; preparação de bebidas alcoólicas (vinho, aguardente) e até vinagre; acompanhar carne de caça como o javali; bolos e tartes. Em tempos idos quando havia precariedade de cereais fazia-se farinha e cozia-se pão de farinha de pilritos. As folhas jovens e tenras podem comer-se em salada. Das folhas, depois de secas, faz-se chá. Os caroços descartam-se completamente, não se utilizam, são tóxicos.

Flor do Pilriteiro

Adapta-se a qualquer terreno e exposição solar. Resiste bem à poda.

PODA no Outono-Inverno, após a colheita, durante a dormência vegetativa. Não podar em períodos de geada.

Faz-se uma poda moderada retirando ramos ladrões que são muito frequentes, madeira morta ou doente, ramos que vão para o centro da planta. Ramos frutíferos podam-se a metade do seu comprimento. As sobras da poda trituram-se no bio-triturador e espalham-se aos pés das árvores ou na horta. 

A poda do pilriteiro serve sobretudo para lhe controlar a altura, não se deve deixar a planta ficar muito alta senão torna-se quase impossível a sua manutenção.

QUADRO DE PODA

PODA DE INVERNO (Outono-Inverno)	PODA VERDE
Eliminar ramos ladrões, madeira morta ou doente. Ramos frutíferos podam-se a 1/2 do seu comprimento.	Podar 3 folhas após o último grupo de frutos.

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