FIM DA GLOBALIZAÇÃO

EM POUCAS SEMANAS, O MUNDO AJOELHOU-SE PERANTE UM INIMIGO INVISÍVEL E NÃO ESTAVA PREPARADO

O mundo fechou-se, recolheu-se em si mesmo, algo nunca antes vivido por nenhum de nós. A crise económica mundial que se aproxima vai paralisar os mercados e muito possivelmente alguns bancos vão quebrar.

Mas não entremos em pânico! Pois a serenidade e a capacidade de reflexão para encontrar soluções é que vão ser os grandes mestres, para nos fazer saber como navegar nestas águas turvas.

Dentro de algumas semanas tudo estará mais barato. Há algumas pessoas que vão ganhar bastante dinheiro, sobretudo quem tiver calma e serenidade para reflectir e souber adaptar os seus negócios à nova realidade. Isso já se começa a ver em empresas que se adaptaram para responder às necessidades do momento (fazem desinfectante; protecções para o pessoal médico; entre outras coisas).

Vai-se começar a perceber que colocar a produção na China, os Centros de Investigação nos EUA, e o capital em paraísos fiscais é um sistema extremamente frágil. Quando a China não funciona todo o sistema se afunda porque a economia começa a esbarrar nos valores reais.

Nos anos 2000 deu-se demasiado poder à Finança. Nomearam-se tecnocratas para lugares chave, que ninguém elegeu e que ninguém consegue despedir. 

O valor que atribuímos à globalização está a partir em fumaça. Sobretudo quando compreendemos que a União Europeia será incapaz de nos proteger.

É uma ilusão pensar que depois da crise tudo voltará ao normal, que tudo voltará a ser como antes. O regresso ao real vai ser brutal. É uma página que se virou. Esta crise e as suas consequências vão mudar a nossa estrutura sócio-económica e empresarial, o que até pode ser muito positivo. O mundo e as pessoas que corriam o tempo todo, constataram que podiam parar. Não era preciso correr tanto e isso vai-nos fazer reflectir e pensar a vida de outra forma até mesmo o nosso relacionamento com o mundo do trabalho. É a reflexão que fizermos sobre tudo o que aconteceu, de uma forma séria e serena que vai ajudar a encontrar as soluções para o futuro.

Quem tem casas no campo pense em ir viver para o campo, cuide das suas terras, crie alternativas sadias à vida na cidade. Afinal esta situação nova que estamos vivendo mostrou-nos que tudo é possível e abriu muitas portas para reflexão.

A globalização acabou. As soluções para os nossos problemas serão locais, regionais, nacionais. É o regresso da noção de pertença a algum lugar. Aonde está a família, os amigos, de viver em sociedade com os nossos. O regresso à solidariedade fundamental; ao património identificativo na cultura, na arte, na história. Desenvolvimento de sociedades locais, podendo através da tecnologia estar ligados ao mundo. A solução é local. Vamos regressar a uma cultura local, regional e nacional fortes.

Se quisermos realmente construir uma sociedade para o futuro é a nível nacional, para retomarmos os nossos destinos em mão. Assumirmos as nossas escolhas. Não nos submetermos mais a tecnocratas que ninguém elegeu, que tomam decisões em gabinetes fechados, em locais longínquos e sem qualquer conhecimento ou interesse pela nossa realidade local, nacional.

Portanto sim, fim da globalização como foi feita até aqui e inicio de uma politica de bom senso e coerente com a nossa realidade e interesses nacionais. Porquê comprar fora aquilo que pudermos produzir no nosso país e fazer crescer a economia nacional.

Este momento extraordinário pelo qual a humanidade está a passar, trouxe mais coisas positivas. A despoluição do planeta. Todas as televisões passaram imagens de satélite onde se via nitidamente a mancha de poluição que diminuiu, apenas com a "ausência" da actividade humana. Isso devia fazer-nos reflectir. Rios que ficaram mais limpos e os peixes que regressaram, o ar que respiramos mais limpo, até parece que as estrelas estão mais cristalinas e animais que regressam às ruas vazias (cabras, veados, etc.). É a Natureza a reclamar e a mostrar-nos que há um caminho diferente a seguir e a convidar-nos à reflexão profunda sobre o nosso modo de vida.

Por outro lado, começamos a dar valor ao colectivo com este afastamento social, ao valor dos afectos, de um abraço amigo. Pois os contactos virtuais não chegam ao calor de um abraço amigo.

Teve também como virtude, exacerbar posições. Pois há os que se fecham no seu egoísmo e aqueles que se solidarizam e tentam participar, ajudar de alguma forma e isso é mais um ponto de reflexão. Quantas lições poderemos aprender com a situação presente. 

Não tenhamos medo, o momento é de esperança, que análises feitas a humanidade faça escolhas mais acertadas para o futuro, para bem de todos e do planeta. 



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