QUIABO

QUIABO (Abelmoschus esculentus)

Legume-fruto de origem africana, conhecido desde a Antiguidade, que pode atingir até 2m de altura. Muito rico em vitaminas (A, B, C, D, K), minerais (cálcio, magnésio, ferro) e anti-oxidantes.

Já no Egipto antigo -séc. XII a.C- era conhecido e cultivado pelas suas propriedades e facilidade de cultivo. As rotas comerciais da época permitiram que fosse difundido pela Península Arábica, bacia do mediterrâneo e Médio Oriente. Expandiu-se o seu uso e cultivo pela Ásia do Sul até ao Vietname. Com a chegada do comércio escravo e suas rotas de África para a América, o conhecimento desta cultura atravessa o Atlântico e no séc. XVII d.C. já está instalada a cultura no Brasil e EUA.

A sua introdução na Europa fez-se mais tarde e muito lentamente, excepto na Grécia onde está muito mais expandido. Ainda hoje não é dos legumes mais utilizados na Europa, embora seja um dos alimentos que contribui para regular as principais funções metabólicas do organismo. Em Portugal não tem sido muito usado excepto pela comunidade africana e brasileira. Mas já começa a se expandir mais o seu consumo e já aparece nos supermercados mais conhecidos.

No quiabo tudo se aproveita: o fruto; as sementes para extrair óleo e para torrar, moer e fazer uma farinha sem gluten rica em proteínas e também em infusões filtradas espécie de café; a casca do caule que é extremamente fibrosa para fabrico de tecido e papel; as folhas para alimentação do gado e as flores que são comestíveis. As flores podem ser consumidas cruas, fritas, cozidas ou secas para infusões. O quiabo tem ainda uma substância de mucilagem (substância viscosa vegetal) que ajuda a espessar e engrossar os molhos.

Cultiva-se em pleno sol, em local bem ventilado para evitar humidade que facilita certas doenças fúngicas e precisa de calor, solo rico em húmus, bem drenado, pois gosta de solo húmido mas não encharcado, as suas raízes profundas permitem-lhe ir buscar nutrientes e humidade bem longe. É muito sensível ao frio e a excesso de chuva. A temperatura nocturna deve ser superior a 15ºC. Semeia-se na Primavera quando o solo atinge uma temperatura superior a 16ºC. O seu ciclo é de 70-80 dias e colhe-se pelo menos durante 3 meses. pH do solo 6-6.8.

Aduba-se o solo com esterco de galinha, esterco de curral bem curtido ou adubo de minhoca e composto 1 mês antes de semear e na altura de semear deixam-se as sementes de molho em água durante 24 h, de véspera, para quebrar a dormência e se alguma semente boiar essa é descartada.

Semeia-se a 2-3 cm de profundidade. Cerca de 15 sementes por metro linear. Planta-se com um espaçamento entre plantas de 20-30 cm e entre linhas de 1 a 1,20m. Está pronto para colheita apenas alguns dias após a floração, quando o fruto está tenro e atinge um comprimento entre 10 e 15 cm. Senão for colhido nesse período passa do ponto e fica fibroso e duro. Consome-se cozido, frito ou assado. Fresco cru usa-se em saladas.

Fresco só se conserva 2-3 dias no frigorífico em saco de papel, tem que ser consumido rapidamente após a colheita. Também se podem branquear (escaldar em água a ferver e depois provocar um choque térmico com água gelada) para evitar alterações na cor e matar qualquer parasita e congelá-lo de seguida. Também pode ser conservado seco, cortado em fatias. 

Para colher corta-se o pedúnculo junto ao fruto, colhendo o fruto à medida que vai aparecendo e depois de atingir 10-15 cm de comprimento. Colhe-se diáriamente ou em dias alternados, como o feijão-verde.

Após o quiabo não plante tomates, abóboras, beringelas ou batatas doces. A cultura associa-se bem com pimentos e pimentas.

Variedades mais usadas: Clemenson Spinless; Blondy; Emerald; Cajun Queen.

NOTA: A planta tem pêlos que podem ser irritantes para peles sensíveis, use luvas compridas.


Leia também: A página ASSOCIAÇÃO/CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS
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