Praga de gafanhotos invadiu em Junho 2021, países do Oriente Médio e está atormentando as populações e particularmente os agricultores, pois por onde passam destroem as colheitas. Já tinha acontecido o mesmo no Extremo Leste de África. Segundo uma noticia da ONU de 15 de Abril de 2021, a FAO tem apoiado os países africanos numa operação conjunta em larga escala para reduzir estas multidões de gafanhotos. Mas agora atingiram países como Síria, Líbano, Iraque, Jordânia e Irão.
Tal como em 2019 e 2020, o receio da FAO é mais uma vez a dimensão desta praga que tem vindo a aumentar de ano para ano e que devido às alterações climáticas os insectos aumentam em tamanho e em quantidade, destruindo toda a agricultura das zonas por onde passam. Na Europa, em 2020 chegou a Itália, à ilha da Sardenha, invadindo, as quintas agrícolas do Centro da Sardenha e do Sul de Espanha. Com o aumento das temperaturas podem espalhar-se por toda a Europa. E não estamos minimamente preparados.
«Um pequeno enxame de gafanhotos chega a consumir quantidade de alimento suficiente para alimentar 35 000 pessoas no mesmo período» diz a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations). Com a ajuda do vento o gafanhoto pode viajar 150 km/dia.
Desde as noticias das pragas de gafanhotos que têm ocorrido nos últimos anos em diversos países e que têm incomodado muito as populações, até ao próprio alerta da FAO, que pede aos países afectados que aumentem a vigilância e as estratégias para controlarem a praga, muito se tem falado das pragas de gafanhotos. Até porque no inconsciente colectivo é um tema que remete para a catástrofe Bíblica ocorrida no Egipto. Tanto no Egipto, como na China antiga e na Grécia antiga os gafanhotos eram vistos como um castigo divino.
Mas qual o perigo real desta praga? Os gafanhotos, não causam danos directos ao ser humano mas sim às plantações agrícolas. Podendo, realmente destruir quantidades enormes de hectares agrícolas, podendo levar à escassez de alimento local e influenciar negativamente a economia agrícola das localidades onde ocorra. Após a sua passagem a destruição é total. Há relatos históricos de fomes e violência após a destruição das plantações agrícolas por pragas de gafanhotos. Parece que também comem madeira e roupa.
A praga de gafanhotos vem subindo desde o Yeman, Eritreia e Sudão. Vai-se deslocando para Norte. Em Janeiro de 2019 atingiu a cidade de Meca na Arábia Saudita o que obrigou a criarem-se várias equipas para limpar Meca; a praga de gafanhotos continuou a subir, e chegou a Israel em Fevereiro de 2019 e a Espanha e a Itália em Junho do mesmo ano. Regressando depois ao Sul de onde partiu. Por isso, o receio de que ela possa atingir mais fortemente a Europa é grande e requer atenção, tanto pela capacidade destrutiva das plantações como pelo alarme social.
O combate à praga por meio de pulverizações com produtos à base de petróleo e outros permitiu controlar a praga. No Verão há nova procriação e é por isso uma luta contra o tempo. As temperaturas elevadas são benéficas para a praga.
Há também noticia da praga na América do Sul (Brasil, Argentina, México, Chile e Bolívia). Países como o Brasil têm desenvolvido produtos para combate biológico da praga e hoje vendem para todo o mundo. Pulverizações à base de Neem e de sabão azul; sapos, sardões e cobras que comem gafanhotos e os seus ovos, fazem parte do combate biológico.
«Embora os gafanhotos apresentem uma grande capacidade adaptativa ao meio, cada espécie tem características fisiológicas e hábitos singulares em sua relação com a ecologia e forma de sobrevivência ao ambiente» (Lutinski, 2008 apud Carvalho, 2010). Parece que os gafanhotos do deserto são os piores.
Portanto, se vir gafanhotos a rondar os seus campos fique muito vigilante e alerta. Se vir que se constituem em enxame alerte as autoridades, sem demora.
Plantação de milho após passagem de uma praga de gafanhotos
Contudo esta não é a única ameaça. A Austrália foi invadida por uma praga de morcegos e de ratos; a Califórnia (EUA) está a braços com uma uma praga de corvos; e outros países debatem-se com uma praga de grandes insectos. No Verão o calor vai apertar e temos que ser muito vigilantes e caso detectemos alguma coisa, temos que avisar as autoridades, rapidamente. Podemos tentar proteger as culturas criando estufas e túneis...mas claro isto só numa agricultura familiar. Grandes plantações ficam sujeitas.
Leia também: A PÁGINA DAS NOVAS TÉCNICAS AGRÍCOLAS E A PERMACULTURA
Gostou deste artigo? Dê a sua opinião nos comentários.Partilhe com os seus amigos!
Sem comentários:
Enviar um comentário