SABE QUE PORTUGAL JÁ FOI UM DOS LIDERES MUNDIAIS DE RESINA?
Recolha de resina de pinheiro
A Resinagem é nem mais nem menos, do que a extracção de resina das árvores. É uma actividade legislada (desde 2015), portanto sujeita a regras e que exige profissionais formados e preparados com conhecimentos técnicos apropriados. Em Portugal, em 2015 havia cerca de 600 profissionais na área.
Existe também uma associação dedicada exclusivamente à Resinagem (ResiPinus) para apoiar os empresários e acompanhar as necessidades deste sector que enfrenta alguns problemas graves.
Desde logo as autoridades do poder central e regional que prestam pouca atenção ao sector. Os incêndios florestais são uma praga que nos últimos anos devastam hectares e hectares de floresta, deitando a perder todo o investimento feito, pois as áreas ardidas aumentam todos os anos. As tempestades são outro grave problema. Quem não se recorda da tempestade Leslie em Outubro 2018 que devastou o litoral centro, deixando para trás um rasto de destruição. Nesse ano a resina que se encontrava nas bicas (recipiente de recolha de resina colocado nas árvore) foi perdido em cerca de 200 a 250 mil bicas.
PORTUGAL 2º PRODUTOR MUNDIAL DE RESINA NOS ANOS 80 (1983/84)
Portugal nos anos 80 chegou a ser um dos líderes mundiais de resina, com 140 000 toneladas. Mas depois entrou-se em declínio e em 2012 a produção rondava as 6000 toneladas*.
Como exige a presença dos resineiros nas florestas durante 9 meses por ano, permite a vigilância das áreas florestais.
A partir da resina dos pinheiros produz-se numa 1ª etapa terebentina (solvente) e colofónia (pez louro). A partir destes, produz-se tintas; adesivos, borrachas para pneus; tintas e vernizes; cosméticos; pastilhas elásticas; produtos de limpeza; desinfectantes; produtos de perfumaria; insecticidas; e outros produtos para a indústria farmacêutica. Portanto quanta indústria que pode funcionar a partir da recolha da resina dos pinheiros. Será que vamos descurar por mais tempo as nossas florestas?
Esperemos que na próxima década as questões ambientais e a recuperação da nossa floresta e o desenvolvimento de actividades florestais esteja na agenda do dia dos nossos governantes, tal como a transformação dos nossos hábitos alimentares e comportamentais para com a natureza. Desejável será também colocar na agenda os apoios à agricultura biológica em detrimento da monocultura industrial cheia de pesticidas que mata o solo, os polinizadores, os pássaros e polui as águas. Compreender definitivamente, que a monocultura não é o caminho a seguir. Temos que viver de outra forma, de uma forma sustentável e amiga da natureza.
* Segundo a AGROTEC
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Amo o seu blogue! Muito sistematizado e bem ilustrado. melhor que muitos manuais sobre o assunto!
ResponderEliminarQuanto a esta história da resina, como sabe, entrou em declínio ao mesmo tempo que todo o setor primário e secundário entraram em declínio em Portugal : com a entrada na UE.
Só terá volta quando a UE der a volta ou nos autonomizarmos em certas decisões.
Até lá as pessoas terão que se organizar, produzir por si e aprender a colaborar