RUIBARBO

RUIBARBO (Rheum rhabarbarum)

Segundo alguns historiadores da Antiguidade tardia (sensivelmente, 300 d.C-600 d.C), nomeadamente Ammien Marcellin (330 d.C-395 d.C) a raíz do buibarbo «rha» seria originária do rio Rha, antigo nome do rio Volga (nasce no Norte da Rússia nas colinas de Valdai a 228m de altitude e desagua no Mar Cáspio). A planta foi introduzida na Europa a partir do séc. X, pelos mercadores itinerantes árabes, através da rota das sedas.

Pouco conhecida e utilizada em Portugal (só agora começa a aparecer em alguns supermercados), mas muito conhecida e utilizada desde há milénios pela medicina Chinesa, pois oferece diversos benefícios para a saúde. Na medicina Chinesa o ruibarbo é muito utilizado como purgante. Tem também uma acção positiva sobre o fígado. Já no séc. XVII Nicolas Lémery (químico francês 1645-1715 que desenvolveu teorias sobre a química ácido-base) dizia que a planta era boa <<para limpar e fortificar o estômago, excitar o apetite, matar os vermes e purgar docemente a secreção biliar.>> Eficaz contra as diarreias. A raiz de ruibarbo é anti-bacteriana e luta contra o estafilococo dourado. Trata também o excesso de colesterol. Bastante usada em certos países da Europa como França e Inglaterra como legume ou para confeccionar doçarias.

Utilizam-se apenas os talos, as folhas são tóxicas, não são comestíveis, mas podem ser utilizadas para fazer um insecticida natural para as plantas, sobretudo para combater os pulgões. Durante o Inverno as partes aéreas da planta desaparecem completamente. Os caules são consumidos geralmente cozidos, em doces, tartes, como legumes ou para fazer vinho (vinho de ruibarbo). O ruibarbo caramelizado com mel para acompanhar um filet-mignon de porco com folhas de alecrim é uma delícia de sabor algo exótico para quem não conhece, pois o ruibarbo tem um sabor ácido-doce.

É uma planta rústica (aguenta até -20ºC), vivaz, de grande porte, com uma grande raiz pivotante. Pode atingir 1,5 m de altura e 1,5 m de largura, portanto escolha bem a sua localização, não a plante na horta. Escolha um canto isolado só para ela. Planta-se no Outono mas também se pode plantar na Primavera. Planta-se ao sol embora aceite meia-sombra, mas neste caso terá menos rendimento.

Precisa de um solo rico, leve mas que permaneça fresco. 1 ou 2 pés de ruibarbo bastam para uma família pois, ao fim de 2 estações têm uma planta que vos acompanha durante anos pois é uma planta que pode durar uma dezena de anos. A distância entre cada pé deve ser de pelo menos 1,5 m. Pode dividir o rizoma para reproduzir a planta na Primavera (Março/Abril) ou no Outono.

Colheita:

Começa-se a colher a partir do 3º ano, até lá não se colhe, tem um crescimento médio. Colhe-se em Maio-Junho e depois no inicio do Outono (Setembro-Outubro) oferecendo portanto 2 colheitas anuais. Não esqueça que para consumo são só os caules, as folhas são tóxicas, a sua ingestão causa problemas graves podendo mesmo provocar o coma. Colhe-se 2/3 do caule deixando 1/3 para que a planta se regenere e cortam-se as folhas que não se aproveitam, a não ser para fazer um insecticida contra pulgões. Os caules conservam-se apenas alguns dias, por isso colha à medida das suas necessidades.

Floresce no Verão, mas pode cortar a flor para não esgotar a planta inutilmente. Como geralmente as flores são bonitas pode aproveitá-las para colocar numa jarra a decorar uma mesa.



Fig. 1 - Planta de ruibarbo
Imagem: https://www.jardindupicvert.com/plantes-aromatiques/5514-rhubarbe.html
 
Fig. 2 - Talos de ruibarbo, a parte comestível
Imagem: https://www.lesfruitsetlegumesfrais.com/fruits-legumes/autres-fruits/rhubarbe/carte-identite


Gostou deste artigo? Dê a sua opinião nos comentários.
Partilhe com os seus amigos!

Sem comentários:

Enviar um comentário

PORQUÊ PODAR, O QUE PODAR, QUANDO PODAR

NOVA PRAGA DE GAFANHOTOS

Nova praga de gafanhotos desta vez em países do Oriente Médio (Siria, Jordânia, Iraque, Irão e Líbano). A FAO está muito preocupada com a si...