A VIDA SECRETA DAS ÁRVORES

Os nossos conhecimentos sobre as árvores e as florestas pode estar prestes a mudar. Um grupo de cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá),  cientistas de uma Universidade Holandesa, que vêm há vários anos estudando e fazendo experiências sobre as árvores, a floresta e a relação entre as árvores e Peter Wohlleben um Engenheiro florestal alemão que escreveu um livro chamado «A vida secreta das árvores» (Editora Sextante), vão-nos fazer mudar os nossos conhecimentos sobre as plantas e fazer com que tenhamos um respeito enorme pela Natureza e olharmos de forma diferente para as nossas árvores.


Cientistas da Universidade de Colúmbia Britânica vêm há décadas estudando a relação entre as árvores na floresta. Descobriram que estavam interligadas quando cresciam juntas. O que nós conhecemos das árvores é apenas o que está à superfície, portanto a parte aérea da planta. No entanto, a maior parte da sua vida encontra-se no subsolo. A rede de raízes está logo abaixo da superfície. Todas as árvores estão ligadas numa única rede gigante: a «internet da floresta».

Essa foi a primeira coisa que os cientistas compreenderam. Mas a partir daí fizeram experiências cada vez mais minuciosas e detalhadas. Segundo eles as árvores sentem dor, mas também podem sentir emoções como medo. Elas criam relações cuidando umas das outras. Inicialmente, viram isso como uma interacção entre elas, mas na verdade descobriram que elas estavam cuidando umas das outras. Se uma árvore é atacada por um insecto, ela avisa as outras; compartilham nutrientes. Por exemplo bétulas e abetos de Douglas, compartilham carbono. Quando uma bétula perde as folhas ela recebe carbono extra dos abetos de Douglas e por sua vez as bétulas fornecem carbono aos abetos de Douglas que estão na sombra.

As árvores gostam de ficar próximas e de se aconchegarem. Gostam de companhia e as árvores grandes cuidam e nutrem as árvores novas que estão nascendo, fornecendo-lhes nutrientes, sombra e humidade, para que elas vinguem. As árvores não ficam bem quando estão sozinhas. Elas cuidam umas das outras e fazem tudo para ser uma comunidade de árvores produtiva, saudável e vibrante.

Na agricultura já se tinha percebido que havia plantas que se beneficiavam ou prejudicavam com a proximidade umas das outra. Por isso reclamamos sempre a associação de culturas na preparação anual das hortas. Mas estes estudos levam esse conhecimento muito mais longe.

Outros estudos, da Universidade de Aarhus, na Holanda provaram que as árvores têm um batimento «cardíaco» (diferente do nosso, claro), batem uma vez a cada duas horas. Regula a pressão da água que é bombeada das raízes para troncos e folhas. É um batimento lento, mas é ao ritmo delas. Descobriram ainda que a «maioria das árvores têm mudanças periódicas regulares na forma, sincronizadas em toda a planta, o que implica mudanças periódicas na pressão da água.»*

Estes estudos são realmente valiosos e provam-nos como andamos bem distraídos, sem prestar atenção à Natureza e pior do que isso, destruindo a Natureza à nossa porta...

Olhe para as suas árvores com outro olhar, com mais respeito e carinho.


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